
A informação foi prestada no sábado, em conferência de imprensa, no Luó, onde o presidente do Conselho de Administração da Endiama, Ganga Júnior, revelou que mina adjudicada, desde 2003, àquela empresa já não era rentável, a julgar pelas grandes dificuldades operacionais que apresentava nos últimos tempos, comprovadas por uma dívida de 530 milhões de dólares norte americanos a fornecedores.
A dívida da empresa, referiu, resulta de incumprimentos de obrigações fiscais,
Segurança Social, Imposto sobre Rendimento de Trabalho ( IRT), credores e fornecedores.
A empresa, segundo o PCA da Endiama, operava com prejuízos sucessivos, em condições que não permitiam o reembolso das despesas.Os níveis de produção da mina, prossegui, rondam os cinco milhões de quilates mês, com uma receita de um milhão e meio de dólares norte americanos, "manifestamente pouco para a e estrutura dos custos operacionais".
Ganga Júnior admitiu que os problemas da empresa, que tinha como accionistas a Escom Alrosa, com 45 por cento das acções, Endiama com 30, Hipergesta com 15 e Angodiam com10 por cento, terá resultado de problemas conjunturais.
A mina do Luó, referiu, tem excelentes teores e números significativos de quimberlitos, que vão permitir a sua revitalização.
Com a retirada da licença à Sociedade Mineira do Camatchia Camagico, anunciou, a Endiama designou no mês passado uma Comissão de Gestão que vai continuar com as actividades operacionais, até que sejam encontrados novos parceiros.
O processo, prosseguiu, vai ser feito de forma tranquila, com a Endiama a garantir a manutenção dos 352 postos de trabalho, 23 dos quais ocupados por expatriados.
Enquanto isso, acrescentou, a Endiama vai acompanhar o trabalho da Comissão de Gestão, cujos desafios passam, segundo Ganga Júnior, pela recuperação de uma das duas centrais de tratamento que se encontram avariadas.
Com as duas centrais de tratamento em funcionamento, afirmou, a Endiama espera que a Comissão de Gestão, consiga incrementar a produção da mina dos actuais 5.000 para 8.000 quilates mês nos próximos tempos."
Esperamos ter um projecto robusto e lucrativo, capaz de criar mais postos de trabalho e riqueza para o país" , disse.
Sob gestão da Endiama, o novo projecto passa a chamar-se Lunhinga, nome de um quimberlito que integra a estrutura do Luó, explicou. A Sociedade Mineira do Camatchia Camagico, de acordo com o PCA da Endiama, vai entrar em Liquidação, havendo já uma comissão para o efeito.
A Endiama, segundo o PCA, estabeleceu acordos com cinco empresas especializadas em pesquisa mineira, que vão trabalhar no levantamento de todo o sistema de informação para se determinar o potencial existente no Luó.
"As cinco empresas devem apresentar propostas concretas, que vão permitir à Endiama estudar as melhores ofertas com vista a criação de uma nova sociedade.
Ambiente de negócios
Com a intervenção que a Endiama tem estado a fazer, as minas que operavam em dificuldades na Lunda-Norte, começaram gradualmente a sair da asfixia em que se encontravam, afirmou Ganga Júnior.
O PCA da Endiama que, durante quatro dias, constatou o estado operacional dos projectos diamantíferos em funcionamento na Lunda-Norte, destacou as sociedades Mineira do Chitotolo no município do Cambulo e do Somiluana, no Lucapa, que, depois de terem passado por momentos difíceis em termos operacionais, com enormes prejuízos , já conseguem obter lucros.
A mina do Luarica, também localizada no município do Lucapa, cuja gestão a Endiama assumiu, disse, já produz resultados.
PRESPECTIVA DE PRODUÇÃO E RESULTADOS
Sobre a mina do Luachi, localizada na província do Cuanza Sul, cuja entrada em funcionamento vai duplicar os actuais níveis de produção diamantífera do país, o PCA da Endiama disse que os trabalhos de investigação estão em fase final. A nova mina, de acordo com Ganga Júnior, entra em funcionamento entre finais de 2021 e princípio de 2022.
Para este ano, anunciou, a Endiama estima uma produção global de nove milhões e quinhentos mil quilates de diamantes e uma facturação de 1.4 mil milhões de dólares.
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